Não é apenas a prisão, a pedido do Ministério Público, de boa parte dos empresários do setor, sob a acusação de formação quartel, que preocupa os trabalhadores em postos de abastecimento de combustíveis em Uberaba. A referida categoria profissional, popularmente conhecida como Frentistas, vem enfrentando a intransigência do sindicato que representa o empresariado do setor, o MINASPETRO, que desde novembro do 2018 não reajusta os salários da categoria e atualmente vem se negando a renovar a Convenção Coletiva de Trabalho.
CARESTIA DE VIDA E DESESPERO
A data base (data
na qual os salários devem ser reajustados) da categoria profissional é em todo
mês de novembro de cada ano. Assim, a Convenção Coletiva de Trabalho deveria
ter sido renovada em novembro do ano passado, sendo que hoje já deveria estar
se iniciando os procedimentos para a celebração da Convenção Coletiva para o
período de 2020-2021, pois elas valem por um ano.
Para quem não
sabe, é por meio da Convenção Coletiva de Trabalho, também chamada simplesmente
de CCT, que são estabelecidas as normas e condições de trabalho de cada
categoria profissional, inclusive, o reajuste salarial.
Mas, o
MINASPETRO, entidade que representa os patrões do setor, vem se negado a
negociar, jogando os frentistas numa situação de desespero e miséria, pois, sem
reajuste os salários da categoria vêm perdendo cada vez mais seu poder de
compra, uma atitude que não pode ser chamada de outros nomes senão de cruel,
desumana e covarde.
A negativa do
MINASPETRO de renovar a CCT e reajustar os salários da categoria profissional,
segue a mesma lógica dos grandes patrões de nosso pais: jogar nas costas dos
trabalhadores e do povo pobre o custo da crise que o país se encontra enfiado,
crise esse provocada pela incompetência dos últimos governos, inclusive do
atual, que por meio das negativas de Bolsonaro em admitir a gravidade da
pandemia do Coronavírus, não tomou medidas para evitar tanto o adoecimento e
morte milhares de brasileiros, como para minimizar os efeitos desta doença
sobre a economia brasileira que já estava combalida.
DISSÍDIO, MOBILIZAÇÃO E GREVE
Portanto, aproveitamos
o momento atual, no qual a atenção da população está voltada para os postos de
abastecimento de combustíveis pela Operação Policial deflagrada a pedido do
Ministério Público, para denunciar a situação precária e desesperadora vivida
pelos frentistas, pedindo apoio da população, das demais entidades sindicais e
das autoridades para nossa luta, bem como o respeito do empresariado do setor e
do seu sindicato MINASPETRO, com os seus trabalhadores, afinal somos nós,
trabalhadores, que, com a força do nosso trabalho, somos os responsáveis por
suas riquezas.
Exigimos a
retomada das negociações e reajuste já, do contrário não haverá alternativa
senão caminharmos para o dissidio coletivo e mobilização da categoria para uma
forte greve!
Adriano
Espíndola Cavalheiro, advogado
Em nome da
Direção do Sindicato dos Empregados em Postos de Combustíveis e Derivados de
Petróleo de Uberaba e Região.
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